terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MICROORGANISMOS EFICAZES

100 GR ARROZ CASEIRO
LEVE COZIMENTO 3 MINUTOS, SEM LAVAR, SEM SAL, SEM OLEO,
COLOCAR NO PEDAÇO DE BAMBU(abrir o bambu ao meio), E AMARRAR E LEVAR EM UM LOCAL UMIDO, NO MEIO DE MATA OU CAPOEIRA.
ESPERAR DE 3 a 5 DIAS PARA ADQUIRIR OS MICROORGANISMOS (BOLOR) ELIMINAR COM PINÇA O BOLOR PRETO.
COLOCAR UMA PARTE DO ARROZ EM 2 PARTES DE AÇUCAR MASCAVO. MISTURA BEM EM UMA TIGELA DE PORCELANA E GUARDAR EM LOCAL POR 8 DIAS.
COLOCAR ESSA MISTURA EM 10 LITROS DE AGUA + 3 KG DE AÇUCAR MASCAVO. MEXER DE 3 EM 3 HORAS POR 3 DIA.

MODO DE USO
PARA USO DOMESTICO. USAR PURO

PARA COMPOSTO: 250 ML PARA 20 LT DE AGUA.

PARA USO SUPERFICIAL EM MATERIA.ORGANICA. REATIVAR – 2 LT DE E.M 8 LITROS DE AGUA E 1 KG DE AÇUCAR MASCAVO E APLICAR

PLANTANDO E COLHENDO ARROZ EM TERRA VELHA

O cultivo de arroz no Estado de Rondônia vem diminuindo muito nos últimos tempos, isto porque há um ditado popular que diz: “Arroz só dá em terra nova”, por isso o plantio geralmente é feito em áreas recém derrubadas e queimadas. A produção de arroz no primeiro e até no segundo ano é satisfatória, mas a partir da terceira colheita já não vale mais a pena fazer o plantio, pois o retorno é mínimo.
Com a legislação ambiental cada vez mais rígida, proibindo as derrubadas e as queimadas a produção de arroz restringiu-se a um grupo muito seleto o qual faz uso de altas doses de agroquimicos, degradando o solo, acelerando o aquecimento global e conseqüentemente as mudanças climáticas já sentidas em nosso meio.
A fim de construir e concretizar uma Terra Sem Males, as famílias do Projeto Terra Sem Males sempre estão buscando superar desafios e um destes é o cultivo do arroz em “terra velha”. Assim sendo as famílias do Vale do Paraíso, em especial a família Ardisson enfrentou este desafio e comprovou que é possível produzir arroz em solo “velho”.
Este cultivo não é feito de qualquer forma. Primeiramente há a preocupação com o equilíbrio do solo, isto é, para que uma planta se desenvolva normalmente, produza frutos e uma boa colheita faz-se necessário que se tenha alimento, adubo, matéria orgânica, e principalmente aqui na região amazônica, na qual nos encontramos, precisa de cobertura morta, isto é, de uma cobertura de palha seca para evitar o aquecimento e ressecamento do solo, com conseqüente desidratação da planta.
No ano passado a família Ardisson plantou 5 kg de arroz, em uma área de 20 por 70 metros. Semente conseguida da Embrapa, “arroz maravilha”. O preparo da área foi feito com uma leve gradagem, nivelamento e rastelamento para retirar a matéria orgânica mais grossa e o plantio foi feito com a plantadeira manual (matraca), observando no calendário biodinâmico o dia ideal para efetuar o plantio do arroz. Logo após o plantio a Família faz a cobertura morta, isto é cobre toda área com palha seca de café, de 5 a 8 cm de cobertura no solo. Havendo chuva na medida correta as sementes de arroz germinarão com facilidade e logo surgem em meio à palha de café. Além de servir de cobertura para o solo, a palha de café inibe o nascimento de plantas invasoras e com a decomposição da palha fornece adubo para a planta.
Os resultados foram muito bons, nesta área o Sr Pedro e a Sra. Luzia colheram 10,5 sacas de arroz, garantindo alimento para o consumo da família e o excedente para venda na feira local.
Com este resultado podemos concluir que para produzir de forma limpa, agroecológica, precisamos aceitar desafios e demonstrar na pratica que se produz e muito bem sem uso dos pacotes de agroquímicos tão difundidos em nosso meio. Mas vale lembrar que a agricultura agroecológica não é uma receita pronta, isto é, o que deu certo no Vale do Paraíso, na propriedade da família Ardisson, não quer dizer que seja da mesma forma em outras regiões do Estado. Mas o desafio está lançado, faça você seu papel nesta mudança, faça esta mesma experiência na sua propriedade, adapte, mude e mostre, pois só fazendo as coisas na pratica é que podemos afirmar que é possível produzir sem queimar, sem destruir.
Pedro e Luzia Ardisson (agricultores agroecologicos), Vale do Paraíso, Rondônia.

Texto Roseli Maria Klauck Magedanz (agrônoma)